"A Confraria Produções em co-produção com a Rede SESCSENAC de Televisão apresenta o documentário que mostra a vida, paixão e morte do mito na tradição oral e suas re-significações nos dias atuais. Sendo este mito a alegoria de nossa cultura antropofágica, a relevância para o debate em torno do Sacy se faz pela motivação de pensar e redescobrir o Brasil.
Você já viu um Sacy? Acredita em Sacy? Como é o Sacy?
Por dois anos, os diretores desse documentário percorreram o interior de São Paulo formulando essas perguntas aos paulistas. Desse passeio encantado originou-se um filme lúdico e poético, tipicamente brasileiro, recheado de iconografias e desenhos, amparado numa pesquisa de tirar o fôlego."
Direção e roteiro: Rudá K. Andrade e Sylvio do Amaral Rocha Montagem: Felippe Brauer, Rudá K. Andrade e Sylvio do Amaral Rocha Animação: Érica Valle Arte: Marcelo Comparini Edição e Finalização: Felippe Brauer Locução: Tereza Freire Produção de Campo: Jaime Soares Músicas de: Batuque de Umbigada interpretado por Batuque de Tietê, Capivari e Piracicaba - Anecide Toledo, Duo Portal, Grupo Cachoeira!, Ivan Vilela, Kiko Carneiro, Gustavo Barbosa e Quarteto Perêrê
"O Evangelho segundo Seu João" não é um filme sobre a Folia de Reis, mas sobre um homem santo de 74 anos que comanda folias há 56 anos. Ele é analfabeto, mas tem a função de ser um sábio que não pode deixar perguntas sem respostas. Isso o leva a criar parábolas e estruturas de abordagem totalmente peculiares e inéditas. Sua noção de tempo é completamente independente de calendários e da rigidez dos astros. A pureza de suas intenções, a força dos gestos e as convicções de fé nos confortam e alegram, explicam e desvendam os mistérios de Deus e da vida terrena. Na Bíblia, mais precisamente no Evangelho de Mateus há apenas uma pequena menção aos Magos do Oriente que partem em busca do Cristo nascido. Segundo estudiosos, o Evangelho de Mateus tem como uma das intenções justificar e substanciar as profecias. A passagem dos Reis Magos simboliza a união dos povos em torno do cristianismo, mas também se transformou na explicação sobre a profecia que afirma que os reis se curvarão ao Rei dos reis. O fato é que a passagem é mínima, mas acabou por se transformar numa das mais importantes e conhecidas da Bíblia. Está totalmente ligada às tradições natalinas, desde a Missa do Galo até o costume de nos presentearmos nessa época. Os Reis não existiram, eram uma representação simbólica, cumprindo funções metafóricas no Evangelho de Mateus. Mas a Igreja Católica na Idade Média criou uma versão histórica sobre eles, inventando até mesmo um túmulo para os três na Catedral de Colônia.
Mas Seu João existe e mesmo com todas suas limitações escolares ele mantém uma tradição milenar, comanda um grupo de pessoas que o seguem com alegria; cria versões inusitadas, compõe novas toadas de Folia, ensina coisas e caminhos, indica o que foi decretado por Deus e desvenda as falhas humanas. A Folia, segundo ele, não é diversão, é penitência, um fardo a ser carregado, um calvário a ser cumprido com alegria e resignação. Quem entra na Folia normalmente começa ainda menino seguindo tradições familiares ou então entra mais velho para cumprir promessa e conseguir bênçãos. Quem entra, de alguma forma fica para sempre ligado à tradição. Nunca esquece, nunca rejeita, dificilmente sai.
"O Evangelho segundo Seu João" mostra um homem sábio e inspirado cuja pureza e fé podem até mesmo curar.
Há muitas Folias de Reis Brasil afora, mas os telejornais e revistas eletrônicas sempre que abordam o tema o fazem sistematicamente de forma superficial ou equivocada e, o que é ainda pior, quando tentam aprofundar utilizam ângulos de abordagem extremamente folcloristas. Equívoco causado pela tentativa de conceituar as Folias sob uma ótica histórica, quando muito com algum viés antropológico que se resume ao tom acadêmico da fala de algum entrevistado. O erro está em não se considerar a subjetividade humana. Esquecem que numa folia cada um tem uma função e que o mestre praticamente forma ou molda todos os componentes de acordo com suas próprias características e jeito de ver, entender e codificar as profecias e mistérios da Folia. Ele é um criador e um líder. As Folias até podem representar basicamente um grupo em torno de 12 pessoas que anunciam o nascimento de Cristo de 24 de dezembro a 6 de janeiro, entram nas casas das pessoas e recebem donativos para fazer uma festa no dia 20 de janeiro quando é feita a entrega, mas elas também têm, quando os mestres são bons, traços claros e singulares, tanto no formato das toadas, quanto na composição das vozes até no comportamento dos foliões. Como diz o próprio Seu João "cada Folia tem sua batida" e "é preciso respeitar aqueles que sabem".
PRÊMIOS
13º Vitória Cine Vídeo:
Menção Especial do Júri pelo Resgate da Cultura Oral
Troféu on line de Melhor Filme
30º Guarnicê do Maranhão
Troféu ABD-MA / Melhor Filme do Júri Específico de Abedistas
A vida é curta! -- ABD & C do Espírito Santo
Filme revelação
Primeiro plano 2007 -- Festival de Juiz de Fora
Troféu on line de melhor filme
Festival internacional de curtas do rio de janeiro 2006
Filme convidado
CURTA-SE - festival iberoamericano de curtas metragens de Sergipe
Troféu de Menção Especial do Júri
Ficha Técnica
Produção
Eduardo Souza Lima
Leonardo Gomes
João Moraes
Penha Garcia
Direção, Argumento, Roteiro e pesquisa
Eduardo Souza Lima
João Moraes
Direção de Fotografia e Montagem
Leonardo Gomes
Direção de Arte
Eduardo Souza Lima
Arte
Jô Oliveira
Som direto
Aroldo Sampaio
Leonardo Gomes
Pedro Monteiro
Assistente de Câmera e Produção
Pedro Monteiro
Obs.: O texto fala da festa que se realiza no dia 20 de Janeiro, porém, há muitas companhias de folia que a realizam no dia 06 de janeiro, dia dos Santos Reis.
Nosso blógue existe, principalmente, para a difusão e transmissão do conhecimento sobre cultura caipira, fruto de pesquisas daqueles que carregam o desejo de preservar o que a "modernidade" tende a engolir, e, dia após dia, surgem novos registros que enriquecem nosso acervo e inspiram novos trabalhos. A cultura caipira tem como porta voz a viola e é através dela que muitas pessoas se inspiram e se aprofundam cada vez mais. A viola carrega dentro de sí diversas entidades que, de vez em quando, encontra aquele que consegue ouvir suas mensagens e inspirar a continuidade dos mais diversos trabalhos.
"Há muito, os homens do campo se apaixonaram por uma sonoridade. Um instrumento conseguira construir em seus corações, um ninho de felicidade. Com ele fizeram ressoar, pelos sertões deste Brasil poeira, histórias cantadas docemente ao pé de uma porteira.
São histórias de louvor e de melancolia, de amor e de poesia. Juntos, o violeiro e a viola, irmãos de singela sintonia.
Eis aqui o convite para adentrar o mundo destes personagens, seus ricos "causos" e suas vidas de viagens. Sente-se, não se acanhe e fique bem à vontade, porque esta casa cabocla é feita de alegria e amizade."
EQUIPE Bruno Moreira Bruno Silva Filipe Urbinatti Rony Morbi Samuel Santos CINEGRAFIA Bruno Moreira Clayton Andretti Marcelo Guerreiro TRILHA SONORA ORIGINAL FOTOGRAFIA Filipe Urbinatti Rony Morbi EDIÇÃO Rony Morbi ORIENTAÇÃO Flávia Martelli Maria Cristina Dias AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Carine Crosara Eurípedes Apolinário Hugo Sedassare Ricardo Gripa Odair Luiz Aos membros da Orquestra da Viola A todos que, de alguma forma, colaboraram com este projeto. ENTREVISTADOS Augusto José Eleutério Silva Casemiro Silva de Faria José Urbinatti Laurinda Urbinatti Manoel Messias Bianchini Oswaldo Barussi (Vadinho) Pedro Lemos REALIZAÇÃO Curso de Comunicação e Núcleo de Comunicação UNAERP APOIO TV UNAERP